quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O passo de agora eu meço no vento

Há dias abro o blogger e me sinto incapaz de escrever. Estranho como a vontade é tanta que não sai sequer uma palavra, e quando sai logo escapa pro rascunho, na certeza de que mais ninguém queira ler além de quem vos escreve. Talvez eu tenha mesmo me sujeitado aos 14o caracteres, ou lido tanto outros textos & ideias que não exija mais nada de mim. Me exijo, de qualquer forma, uma consideração escrita pelo ano que em algumas horas já vai ter acabado.
Exigência, aliás, talvez não seja a palavra certa pra descrever o ano que já quase passou. Na verdade não acredito que exista a palavra certa. Olhando agora foi tudo como um grande alvoroço de vontades e mudanças, planejamentos e realizações. Frustrações com certeza, me sentiria incompleta (?) sem as amáveis frustrações que nos ensinam a escolher melhor em quem confiar. Mas a exigência por si, definitivamente, não. Querer sim, muito. Quis me dedicar, quis não me dedicar tanto assim, quis participar, agir, providenciar. Quis me dar folga antes do devido tempo, paguei alguns preços. Analisando bem foi o ano em que mais conquistei, e chega a ser irônico tendo em vista o ano em que menos me exigi. Se essa sensação me ocorre só agora, é porque as metas que estabeleci lá no início me serviram de fundação.
Meu trabalho escolar de planejamento pessoal me informou, limpando meus armários, que cumpri tudo aquilo que havia planejado, mesmo as metas que eu tinha me esquecido. Substitui o "se não foi, não era pra ser" pela reciclagem de planos a cada vez que algo não foi cumprido, sem pensar muito nos 'ses'. Espero que me sirva de agora em diante.
Fico feliz, sobretudo, por ter achado minha paz. Chegou sem pedir muito, me chamando de amor e me mostrando carinho, tão natural e inimaginável no início do ano... Me faz exigir muito menos ainda de tudo, como se tudo o que eu precisasse eu já tivesse encontrado. Não quero nem falar da minha família e amigos, que, caso ficasse sem, eu nada seria.
Agora revendo tudo, não posso deixar de ficar alegre com mais um ano novo inteirinho de coisas pra revisar lá no final. Sem definir palavras ou exigências, escolho pelo querer. O passo seguinte só vai depender de mim.

Deve ser essa a razão da minha verdadeira paixão pelo Réveillon. Gosto da idéia de uma nova chance. Gosto de acreditar que o score está zerado. Gosto de saber que a agenda tem páginas em branco apenas. Gosto de sentir que "nada do que foi será". Gosto da possibilidade de fazer de novo, de tentar mais uma vez - e, desta vez, fazer bem feito!
Ale Garattoni

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

It won't be long

Final de ano é sempre na correria. E como se não bastasse tudo o que já vem na bagagem-problemas familia & escola, arrumei um pequeno incômodo metalizado ortodôntico justo nessa época. Sim, estou com sorriso metalico. E falando errado.
Só me resta aplicar o jogo do contente e pensar que tudo isso, um belo dia, irá passar. E nesse caso não me refiro somente ao aparelho, às provas, trabalhos, apresentação de ballet e os etcs da vida. Uma hora a gente colhe os frutos que plantou, e juro, eu tô tentando. Pelo menos (ainda) não tenho contas pra pagar, aplicando Pollyanna e minha mãe na coisa toda sobre frutos que precisam de muito carinho, esforço e paciência pra nascerem.

Não vai demorar...

sábado, 17 de outubro de 2009

Pra se ter alegria

Precisei de uma garganta inflamada, uma noite mal dormida e uma dose de chatisse & TPM pra concluir o óbvio: estou amando. Demorei pra escrever e pra me acostumar com a novidade, não pela incerteza, mas pela minha mania incontrolável de detestar parecer precipitada.

É ele. E só ele conseguiu me deixar a vontade desde o primeiro dia que nos vimos. Que me faz falar besteira, rir como uma hiena ou cantar músicas melosas à la Los Hermanos sem me derramar toda. Sem querer, me faz achar o toque de mensagem recebida do celular o mais maravilhoso do mundo, e a brincadeira pré adolescente hora-e-minuto-igual-tem-alguém-pensando-em-mim a mais divertida de todas. Ele é o culpado por tudo o que eu sinto desde então, e mesmo tão alegre e viva me faltam palavras pra descrever.
Me apareceu a frase: é preciso estar distraído para ser feliz. É mais ou menos isso aí mesmo. Nessas horas a gente pensa como acordar com sentimento de 'preciso-pedir-desculpas' e dizer 'obrigada-por-existir' se resumem no simples e clichê, porém sincero, eu-te-amo, N.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Para uma menina com uma flor

Uma rosa lilás. Não veio acompanhada de bilhete nem de um buquê, e no entanto foi a melhor entrega que alguem já pôde esperar.
Seu Jayr mandou escolher, e então plantaria uma rosa que seria só minha, e nasceria no jardim do quintal.
Vermelhas são comuns demais e rosas são sem graça, pensei. Escolhi lilás, mesmo sem saber se existia. Nenhum avô resiste à oportunidade de mimar a neta...
Culpa da genética ou não a semente foi encontrada e plantada no canteiro, modesta, entre outras roseiras e um pé de alecrim. No pequeno espaço de terra, toda uma técnica havia sido desenvolvida pela minha avó, de modo que as roseiras do meu avô não atrapalhariam o crescimento das ervas pros chás milagrosos que só ela sabe fazer. Só o meu avô sabia o tempo certo de podar e o desabrochar das flores, os ciclos e cada etapa de depois da germinação. O cuidado era diário, como escovar os dentes e tomar café da manhã todos os dias. Mas assim como todo final de ciclo, um dia meu avô também partiu.
Ele sempre me dizia como a natureza era perfeita, capaz de reparar qualquer imprevisto no caminho. Se uma queimada devasta toda a vegetação, ela é capaz de renascer com a mesma força, pois cinzas são ótimas fontes de nutriente. Tempestade, calor intenso, de uma forma ou de outra as coisas de ajeitam.
Foi assim que encarei sua partida, embora não sem saudade, sabendo que tudo que ele plantou nasceria - como a minha rosa.
O tempo passou e me esqueci do presente, da escolha da cor ou dos comentários diários de que a rosa não nascia. Em meados de setembro foi minha avó, que agora assumira a responsabilidade pelas roseiras também, que veio me avisar sobre seu crescimento. "Tomara que desabroche no dia 23 pra eu te dar de presente", dizia ela. E foi assim, uma mistura de saudade e alegria quando no meu aniversário de 16 a recebi das mãos de dona Ivone, única, lilás e cheirosa, repleta de carinho e história.
Me faz lembrar tudo isso a entrada de um novo setembro, uma nova primavera e um novo ciclo prestes a começar. Me dá ansiedade, dá saudade também... Engraçado como nada me tira da cabeça de que lá no céu, bem modestas, milhões de roseiras estão crescendo pra ver a primavera entrar.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Se não for devagar, que ao menos seja eterno assim

E como diria o Chico: mas eis que chega a roda-viva e carrega a saudade pra lá. Depois de quase um mês e nenhum ar da graça em meu quérido blog, volta a vontade de escrever. E com ela o gostinho do novo, o medinho do que está por vir. E melhor, sem nenhuma vontade de relembrar histórias, nenhumazinha sequer. Eu sei que deixando subentendido não explico nada e nem quero. Que fique sem sentido assim.
Descobri que possuo "prolapso da válvula mitral" - que gonorantemente chamo de defeito no coração - e afeta entre 5 e 10% da população mundial. Ok, muita gente tem isso e não é grave, eu não devia me sentir especial. A questão é que agora não preciso mais me culpar por ficar ansiosa e palpitando com qualquer coisa, culpo a válvula! E os sintomas são típicos de pessoa apaixonada: coração acelerado, dor torácica e falta de ar... Que lindo, apaixonar e fazer prova de matemática tornaram-se pra mim a mesma coisa.
O bom ou ruim de tudo é saber que vou me sentir a mesma adolescente afobada com tudo pelo resto da eternidade, poetizando a coisa toda sobre válvulas cardíacas.

domingo, 2 de agosto de 2009

Loving you sunday morning

"Acordei cedo e perdi o sono; Fui caminhar na praia... Não demoro." Deixei escrito num pedaço de papel, ao lado da cama desfeita. A verdade é que passei a noite em claro e só me dei conta de que ja era manhã de domingo quando a cortina deixou passar claridade, e os passarinhos já cantavam lá fora. Seis em ponto marcava o relógio. Queria manter aquilo que estava sentindo, caminhar me manteria pensando mais um pouco. Já estava pronta, tênis, moletom e meu ipod, quando descobri que meu pai na verdade acorda em pleno domingo 6h da manhã. Ele não me deixaria sair tão cedo assim, e foi o que fez, depois de fazer cara assustada 'o-que-faz-você-acordada-agora, no último dia de férias?!'.
Sem conseguir dormir decidi folhear um dos meus diários. Abriria em qualquer página, riria de mim mesma e voltaria à minha (inútil) tentativa de dormir. Não consegui. De repente me vi de novo naquele ano de 2005, 6ª série, enchendo aquela agenda-diário de dúvidas e inutilidades de pré adolêscencia. Coisas inúteis hoje, o fim do mundo naquela época. Tempos bons se passaram, embora tempos de mudanças. Talvez tanta transformação explique ser justamente o ano em que mais tive vontade de escrever... Intriguinhas, confissões, planinhos, grupinhos, fofoquinhas, milhões de mimimis. Primeiro festival, primeira viagem sozinha, primeira nota baixa, primeira cólica menstrual, e, pro grand finale, o primeiro beijo. De 'fulano quer ficar com cliclano' ou gincana de escola, passei a falar de amor. Criei tanta expectativa pro primeiro beijo que até hoje é a única data que meu acéfalo desmemoriado aceita guardar: 28 de setembro de 2005. Pensando bem, nem faz tanto tempo assim. E hoje me senti de novo entre 12 e 13 anos de idade, tímida, insegura e infantil, esperando o carinha da novela no carinha da escola, achando ser a dona da verdade quando não passava de uma criança descobrindo a puberdade; mas dizia com orgulho ter tido o primeiro beijo dos meus sonhos e com quem eu gostava naquelas páginas. Cada respiração, cada gesto, por mais insignificante que fosse, descritos minunciosamente "para todo o sempre". Talvez não tenha sido o primeiro amor - no pré eu já jurava ter encontrado o homem da minha vida - mas com certeza foi minha primeira desilusão amorosa. Que hoje guardo como um sonho bom.
E hoje uma insônia besta trouxe consigo essa nostalgia gostosa, tão crucial nas horas que o tempo parece não querer passar. Só assim pra percebermos o porquê de algumas coisas mudarem e outras continuarem na mesma, sem sentir ou entender. De tudo, entender que cada fase da vida foi e continuará sendo essencial é o mais prazeroso. Prazer é abraçar a mudança, mas de todas elas, a de sentir que a principal mundança é você.

......................................................................................................

Poeminha de Adolescente - Minha versão de "10 coisas que odeio em você", Diário de 2005.

Odeio como lê a minha mente
E como demora pra consertar
Odeio quando está estressado
Ou quando não pára de me olhar
Odeio quando me faz rir
E mais ainda quando me faz chorar
Odeio por sempre ter razão
E eu ter que me conformar
Odeio quando está por perto
Ou quando finge que não me vê
E não vem me procurar
Odeio quando se faz de sonso
Às vezes só pra me testar
Odeio... Odeio quando me provoca
Depois diz que está tudo bem
Que tudo que eu digo
É fruto da imaginação
Mas eu juro...
Eu ainda não acabei de falar
Tudo que ficou engasgado
Que eu ainda guardo com amargura
Dentro do coração
Odeio seu jeito de tenho-opinião-pra-tudo
E sua dupla personalidade
Mas mais, muito mais que tudo,
Odeio o modo como não te odeio nem um pouco.
E ainda tenho que admitir
Que se por tudo isso que odeio em você
Depois vem tudo à tona em dobro
E depois te amo muito mais.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Mimimi

Sempre achei legal perguntas e respostas, mas nunca me mandaram pra postar no blog. Decidi fazer por mim mesma, então copiei as perguntas de um blog que acompanho e respondi. Ficou meio mimimi mas quem sabe um dia eu ainda não releia e ria de mim mesma? Fica pra quem quiser me conhecer melhor também. Beijo pros bonito (dessa vez dedicado à J. Herkenhoff).

01. Nome? Julia
02. O que está pensando nesse exato momento? Será que alguém vai querer ler isso?
03. Tatuagens? Talvez, um dia.
04. Piercings? Já tive, não quero mais.
05. Já foi à África? Não. (Também não entendi porque justamente a África.)
06. Já ficou bêbado? Sim, com coca-cola.
07. Já chorou por alguém? Desde que me entendo por gente, sério.
08. Já esteve envolvido em algum acidente de carro? Indiretamente. Minha mãe foi me buscar na casa de um amigo e acertou um poste de iluminação que de acordo com ela estava no meio da rua. Nada grave, só miopia mesmo...
09. Peixe ou carne? Picanha!
10. Música preferida? Uma só?
11. Cerveja ou Champanhe? Leite com Toddy, huuum.
12. Metade cheio ou metade vazio? Psicologia isso?
13. Lençóis de cama lisos ou estampados? Lisos.
14. Filme preferido: Não peça uma libriana pra citar só uma coisa preferida, por favor! Pra não dizer que sou chata, “O Curioso caso de Benjamin Button”. A junção da idéia com a trilha sonora, o cenário, os atores e os velhinhos fofos me encantaram totalmente.
15. Flores: Ganhei rosas de papai e mamãe no meu último aniversário... Será que existe algum homem que ainda mande flores?
16. Coca-Cola simples ou com gelo? De vidro, huum.
17. Quem dos teus amigos vive mais longe? Paulinha, em São Luís.
18. O que você anda fazendo: Férias! Amém.
19. Quantas vezes você deixa tocar o telefone antes de atender? Já me perguntei: quantos toques vou deixar tocar até desistir de ligar?
20. Qual a figura do seu mouse-pad? Nenhuma, super sem graça.
21. Pior sentimento do mundo? De perda.
22. Melhor sentimento do mundo? Paixão.
23. O que uma pessoa não pode ter para ficar com você? Arrogância.
24. Qual o primeiro pensamento ao acordar? Desligo primeiro o despertador ou o rádio-relógio? Por que diabos preciso dos dois pra acordar?
25. Qual o último pensamento antes de dormir? Sou linda! Brinks. Não sei, não lembro.
26. Se pudesse ser outra pessoa, quem seria? Não posso.
27. O que você nunca tira? Sorte! Mentira. Nunca tiro meus brinquinhos do segundo furo.
28. O que você tem debaixo da cama? Chão?
29. Qual sua comida preferida? Arroz, feijão, picanha suculenta e batata frita.
30. Ídolo (cantor, ator, etc..) preferido: Jô Soares. Simpático, inteligente e fofo (literal e figurativamente).
31. Qual música está ouvindo agora (se estiver ouvindo): Married with children – Oasis.
32. Qual livro você está lendo? Eclipse (em inglês e quase desistindo), O Mundo de Sofia e As Brumas de Avalon 2.
33. Uma saudade? De quem me cativou e foi embora.
34. Uma característica sua: vai saber...
35. Decepções que teve em sua vida: Algumas, mas sei que decepcionei algumas pessoas também. Não vale a pena relembrar tanta coisa passada...
36. Lugares que queria ir: Ecoporanga - ES! Desde que me mudei de lá aos 10 anos nunca mais voltei...
37. Programas de TV que assistia quando criança: Disney Cruj, Bom Dia e Cia, Bambuluá, Malhação, Chiquititas e bilhões de desenhos com musiquinhas que me atormentam até hoje.
38. Programas de TV que assisto hoje: Friends no horário de almoço ou o que mais me interessar quando estiver à toa.
39. Lugares em que estive e voltaria: Trancoso – BA, Balneário Camboriú e Floripa - SC
40. Formas diferentes que me chamam: Ju, juju, Sapucaia, frog caia e os milhões de apelidos que meu pai e só o meu pai usa.
41. Blogs favoritos: Todos que acompanho.
42. Sonhos de consumo: Nada relevante.
43. Lugar em que desejaria estar agora: No passado com alguém especial ou no futuro com alguém especial. Meu presente anda meio monótono.
44. Espero que esse ano eu possa: realizar mais do que sonhar.
45. Passo para os blogs: que fizerem igual a mim, que não receberam de ninguém e simplesmente copiaram as questões de outro blog! UUHUL.

domingo, 12 de julho de 2009

meu vício agora

Não vou mais falar de amor
De dor, de coração, de ilusão
Não vou mais falar de sol
Do mar, da rua, da lua ou da solidão
Meu vício agora é a madrugada
Um anjo, um tigre e um gavião
Que desenho acordada
Contra o fundo azul da televisão
Meu vício agora...
É o passar do tempo
Meu vício agora...
Movimento, é o vento, é voar...é voar
Não vou mais verter
Lágrimas baratas sem nenhum porque
Não vou mais vender
Melôs manjadas de Karaokê
E mesmo assim fica interessante
Não ser o avesso do que eu era antes
De agora em diante ficarei assim...
Desedificante
Meu vício agora...
É o passar do tempo
Meu vício agora...
Movimento, é o vento, é voar... é voar

Composição: George Israel/Paula Toller

Aquela velha história sobre dar tempo ao tempo me tem sido útil, pra não dizer monótona. Engraçado como a gente fica desnorteado quando alguma coisa muda, mesmo a mudança sendo certa. Nesse último mês me estressei com coisas que antes não me estressava, até chorei com coisas que antes não me importava. Sua chorona, te cuida de perceber seus vícios e se curar de vez - pensava assim. Nunca o "é bom às vezes se entregar" me soou tão convidativo e contraditório. É bom pra quem no final das contas?

O pior de tudo é achar que Rodrigo Amarante fez todas as músicas inspirado em mim. Ô diacho de sentimentalismo de graça... No final é eu sofrendo comigo mesma, grande conclusão. Que ser imbecil, meu Deus, de achar solução em sonhar agora com quem ainda nem conheceu. Fico assim, com ansiedade de viver tudo de uma vez. Quantas horas mais vão me bater até você chegar?


sexta-feira, 19 de junho de 2009

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Não vale a pena

Ficou difícil
Tudo aquilo, nada disso
Sobrou meu velho vício de sonhar
Pular de precipício em precipício
Ossos do ofício
Pagar pra ver o invisível
E depois enxergar

Que é uma pena
Mas você não vale a pena
Não vale uma fisgada dessa dor
Não cabe como rima de um poema
De tão pequeno
Mas vai e vem e envenena
E me condena ao rancor
De repente, cai o nível
E eu me sinto uma imbecil
Repetindo, repetindo, repetindo
Como num disco riscado
O velho texto batido
Dos amantes mal-amados
Dos amores mal-vividos
E o terror de ser deixada
Cutucando, relembrando, reabrindo
A mesma velha ferida
E é pra não ter recaída
Que não me deixo esquecer
Que é uma pena
Mas você não vale a pena
(Jean e Paulo Garfunkel)

Realidade perfeita só mora na idéia
(mas (des)ilusão não passa de covardia)

Tento ser direta, curta, sem rodeios.
Deixar de textos longos, saber parar, ser pontual.
Tentei fantasiar (e repeti) mas acordei chorando.
Já é segunda-feira - acabou meu carnaval.

domingo, 7 de junho de 2009

Um dia em cem

- Como uma menina linda dessas não tem namorado?
Afinal, quem foi o infeliz que criou essa cantada?
Pra mim parece óbvio, mulheres inteligentes esperarem o cara certo pra uma coisa mais séria. Não é beleza, só isso não serve quando se procura alguem pra estar junto. Também não vale se descuidar por não achar importante, amor próprio vem (deveria vir) primeiro que o amor por outra pessoa.
Aliás, amor próprio é o que falta em muita gente por aí. Não acredito que nessa fase da minha vida eu ainda vejo casais se formando só porque o dia 12 vem chegando, e acredite, não duram mais que duas semanas. Infantilidade, mesquinhês, talvez. Mas li outro dia que o culpado dessa atitude era o "consumismo exacerbado", por acostumar as pessoas a achar normal comprar e logo jogar fora. Afinal tem tantos produtos e tanta gente nesse mundo... Pra quê ficar na mesmice, com tantas opções no mercado?
Não sei se gostei da comparação, mas pelo menos fez algum sentido. E o pior é que tem mesmo gente por aí comparando roupa à seres humanos. É triste ver o dia dos namorados, uma data que acho tão linda, se transformar nessa futilidade toda.
Um recado para aquelas que como eu não vão passar a sexta in love cheias de carinhos e presentinhos fofos: já que estão solteiras, aproveitem fofas. Posso dizer que minha opinião não vale muito já que nunca passei essa data acompanhada, mas sei que não deve ser fácil se pra você tudo que era sonho terminou. Não sou editora de revista feminina pra dar palpite, mas por favor, não vale sair pra "pegar geral" ou comer chocolate até sair rolando, ninguém merece solteira depressiva auto piedosa, ok? Postura meninas, postura!

”A beleza interessa nos primeiros quinze dias; e morre, em seguida, num insuportável tédio visual.
Era preciso que alguém fosse, de um em um, anunciando:
- A beleza não interessa. Seja interessante!”

Nelson Rodrigues

Fiz meu primeiro vestibular hoje, de teste.
Fui ao shopping terminar de escolher minhas roupas pra viagem. Dia dos Namorados com as melhores amigas no Festival de Alegre? Não tem preço! (:

sábado, 30 de maio de 2009

Merchandising

Imagina ganhar dinheiro pela obrigação de ouvir muita música, criar blogs, estar sempre conectado na internet, divulgar novas idéias e trabalhos, ler de tudo, discutir muito sobre atualidades?
Foi o que vi em uma matéria sobre publicidade outro dia, e claro, achei o máximo. A empresa publicitária tinha funcionários de todos os tipos, cada um mais cheio de estilo e personalidade que o outro. Os horários eram flexíveis, era permitido qualquer roupa, qualquer site em horário de trabalho. Todos se conheciam bem e tinham gostos bem variados. Sabe aquela banda que você ama? Pode ser que surja uma entrevista, quem sabe... Não foi difícil viajar e me imaginar nesse meio.
Pensei, e bem, pode ser que esteja sonhando alto demais. Não é muito difícil perceber que não existem muitas empresas desse tipo por aí. Além do mais, como em qualquer outro trabalho, existe uma coisa chamada prazo. Não deve ser fácil manter a criatividade a mil quando te dão tempo e quando um salário no fim do mês está em jogo. A concorrência é muito forte e só cresce, assim como os meios de divulgação. A verdade é que propaganda hoje em dia não tem cara de propaganda, e isso se deve aos publicitários. Continua sendo propaganda porque anuncia algum produto, mas a idéia, o enredo, a proximidade com o público se tornam verdadeiras produções. Passei a observar mais os detalhes, a imaginar a produção do que jogam pra gente na tv.

Foi difícil escolher, e já confessando, tenho a péssima mania de decorar músiquinhas de marketing, por isso excluí várias da minha lista de propagandas favoritas, tipo a da velhinha do Talento, da coca-cola, do toddy das vaquinhas muuu... Quem não fica com essas coisas na cabeça, né?

domingo, 17 de maio de 2009

Quem sabe?

Como pode alguém seguir um sonho sem ao menos saber se é real? Como buscar a felicidade por meios incertos, se ninguém nunca inventou uma fórmula certa de ser feliz?
Há pessoas que se arriscam em busca de seus objetivos e não temem sofrer. Mas há aqueles que, por temerem o sofrimento, não se arriscam, e vivem sonhando com o que poderia ter acontecido. Carregar memórias de um passado que não existiu é talvez a pior forma de nostalgia, que nos consome, na certeza de que no passado ninguém mais pode mexer.
Por isso sonhar sempre em frente, acreditando que o que passou serviu pelo menos de experiência, experiências sem as quais não seríamos o que somos hoje. Mesmo em tantos erros e palavras repetidas é possível recomeçar.
Assim é com o amor. Amar é viver, amar é sonhar. Amor de irmão, de amigo, de homem e mulher.
Acreditar - e temer- estar amando e conhecer o outro, de corpo, mente e coração, mesmo que depois descubra que nunca pode se conhecer tudo, e que talvez um dia o sentimento acabe.
Não é saudável viver em um mundo paralelo de sonhos, onde nada possa ferir. Mas também não dá pra viver sem sonhar - ou a vida perderia sentido. O difícil é equilibrar as coisas, é ter o pé no chão para que os planos se tornem concretos, é não temer a ilusão, é se entregar de corpo e alma.
Afinal, da vida ninguém sabe nada, e se estamos vivos temos de viver, mesmo sem saber porquê.
Pode ser que um dia eu me pergunte: "será que já amei de verdade?" Pode parecer romântico e ingênuo demais... Mas sei que já provei de sentimentos lindos, que sofri quando os vi acabarem, e que me sinto a pessoa mais feliz do mundo quando me sinto assim, boba, apaixonada... Se você pensa que nunca sentiu esse tal amor de que todos falam, desses de final de contos de fada, não duvide da importancia de sonhar. Aliás, o "viveram felizes para sempre" dos contos de fada sempre me soaram irreais, pois o amor se constrói a cada momento, a cada detalhe, a cada atenção que se dá ao dia-a-dia normal do outro. O casamento não é a garantia da felicidade, o matrimônio é só mais um começo. Amar é sentir que não está sozinho, que alguém se importa com você. Por isso não existe um final feliz. Existem e podem existir milhares de finais felizes, a cada dia vivído, a cada experiência acumulada. Me diz: se nunca tivesse sofrido, como saberia o que é felicidade? Para ser feliz não precisa de fórmula alguma. Não é preciso se preocupar em ficar buscando a felicidade o tempo todo, para senti-la só depende de voçê. Mas, se fosse necessário definir o caminho da tão cobiçada felicidade eu diria apenas "sonhe".


Soneto da Fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure
(Vinícius de Moraes)

sábado, 9 de maio de 2009

Bebo porque é líquido

se fosse sólido eu comeria* - é de pinguço e clichê mas meu pai insiste em repetir e eu insisto em achar graça.

Hoje rolou almoço pré dia das mães aqui em casa e faltou cerveja preta para as vovós exigentes. Quem teve que buscar?
- A gente acostumou a tomar cerveja preta quando teve nenêm minha filha, ajuda a dar leite!
Seeei, danadas!
Como minha avó achou que eu tinha cara de menor suficiente pra me barrarem no caixa, fomos comprar cerveja juntas. Foi uma vantagem: passamos mais rápido na fila de idosos e eu finalmente pude experimentar Malzbier (oi, procurei no google) - e continuo não gostando de cerveja, fiquei na coca-cola mesmo. E assim no dia 09 de maio de 2009 compro minha primeira cerveja, em grande estilo.


Não se fazem mais propagandas como antigamente.

Hoje teve outra primeira grandissíssima coisa feita em minha vida, consegui tocar a primeira música no violão, não é lindo? É aquela de Victor e Léo "Amigo Apaixonado", porque é facil e tem quatro acordes só. Eu ainda demoro pra passar do Ré pro Sol Maior (é, isso provavelmente tá errado, é que ainda não decorei nomes, só letrinhas), além de que mudo o ritmo toda hora e canto pra dentro e quase nada desafinada, mas whatever , mamãe acha que tá lindo. *-*
Beijo pros bonito, como diria luiza* (o que não necessariamente quer dizer que seja de sua própria autoria, certo ju?).

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A Taste Of Honey

- Eles se amam!
- São felizes! - respondeu ela.
- Pois acredita que em amor possa haver felicidade?
- Às vezes
- A senhora já amou?
- Eu?... E o senhor?
- Comecei a amar há alguns dias.
Ela guardou silêncio; ele continuou:
- E a senhora, já ama também?
- Não sei... Talvez.
- A quem?
- Eu não perguntei a quem o sr. amava.
- Pois eu posso dizê-lo: à senhora.
Dona Carolina enrusbeceu e disse, baixo:
- Por quantos dias?
- Para sempre! - prometeu ele, sincero.
Mas voltou à pergunta:
- Não pode me dizer o nome do seu amado?
- Talvez, um dia.
- Quando?
- Quando estiver certa de que ele não me ilude.
- Então, ele é volúvel?
- Ostenta sê-lo.
- Por Favor! Diga esse nome!
- Não posso...
- Serei eu?
Carolina ficou em silêncio, mas apertou com força a mão de Augusto.
- Serei eu? - repetiu ele.
A jovenzinha murmurou uma palavra que parecia mais um gemido do que resposta:
- Talvez.
(Joaquim Manoel de Macedo - A Moreninha)

quinta-feira, 30 de abril de 2009

O tempo ruge

Sempre existiram muitas julias por aí, e é normal diferenciar todas as julias pelo sobrenome. Julia Herkenhoff, por exemplo. Não sei como mas aprendi a pronunciar & escrever o sobrenome da minha amiga-xará-ex-vizinha. Também nunca soube o outro nome dela, provavelmente comum e provavelmente sem graça.
Quando eu tinha lá meus 8 anos era conhecida na escola como Julia Azevedo, só. Me chamavam de Julia Azeda, mas nem é engraçado ok? Não era tão legal quanto Herkenhoff.
Seis anos e duas cidades diferentes depois eu volto pra mesma escola. Nesse meio tempo passei a me apresentar agora como Julia Sapucaia. Qual é, muito mais original né? Sem contar que eu AMO as piadinhas que sempre fazem... Uma vez me perguntaram se meu pai desfilava na Sapucaí. Nunca mais esqueci.
Mas aqui não me reconheceram como Julia Sapucaia. Afinal eu era a Julia Azevedo antes pô, indiscutívelmente diferente. É tipo aquelas mulheres que se casam e passam a ser a Sra. sobrenome do marido. Outra pessoa, enfim.
Outro dia me veio uma parenta lá de Salvador, me pedindo pra colocar o Azevedo também no orkut, pra me apresentar pro resto da família. Não sei que diabos o Azevedo faria diferença, mas cedi ao pedido. Sobrenome é uma coisa que causa pra certas pessoas, em certos lugares...
Hoje fui convidada pra ser uma das roteiristas da peça de teatro do 2ºB. Todo mundo tirou o seu da reta, dizem que é a parte mais difícil de fazer.
- Eu acho que deva também colocar a Julia Sapucaia professora, ela escreve muito bem.- A fofa da Clarissa disse.
- Julia? Qual delas?
- Sapucaia! - um corinho gritou olhando e sorrindo (maléficamente ao meu ver) pra mim.
- Aah s-a-p-u-c-a-i-a. Esse sobrenome é legal, sapucaia remexe! - disse a professora, enquanto escrevia meu nome no quadro E SE REMEXIA!

*Legenda da foto:
Falecida porta - assinaturas de Paula Brandão, diário de 2005 (como sou criativa, risos) e meu amante, Sapo Sapucaia.

ps: O título veio de uma frase muito produtiva e profunda que o José Wilker fica repetindo em Senhora do Destino (não, não fico vendo vale a pena ver de novo, foi uma tarde pré-feriado de ócio)- nem nunca fui na Sapucaí, mas pretendo um dia quem sabe ir. Afinal, "o tempo ruge e a Sapucaí é grande". Hahaha

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Cotas: um mérito necessário.

Como quase vestibulanda, além de estudar muito, tenho mais uma preocupação - o sistema de cotas nas universidades federais. No meu caso, concorrerei a 55% das vagas disponíveis, e com gente muito bem preparada. O assunto é um tanto polêmico, e gera opiniões diferentes.
As cotas foram criadas para dar mais oportunidade aos considerados excluídos da sociedade, que não tem condições de pagar faculdade particular. Pela lógica, nada mais justo para essas pessoas que um curso superior oferecido pelo governo. Mas não é bem assim.
As faculdades federais são, hoje, muito mais renomadas.Sem contar o custo altíssimo de uma faculdade paga. Portanto, todos que querem um bom curso superior tentarão ingressar numa federal. E quem vem do ensino precário das escolas públicas, encontram uma concorrência poderosa.
O argumento dos anticotistas fala sobre a injustiça de sua geração ter que pagar por um erro que existe há 500 anos. Os vestibulandos, mesmo com pontuação muito acima dos cotistas, não conseguem pontuação necessária para passar, e afirmam que um aluno da escola pública não tem base para manter o nível da faculdade. Que o problema está no governo precisando investir em educação, e só o que faz é tapar o sol com a peneira.
Era exatamente esse o meu pensamento até uns dias atrás em relação às cotas oferecidas aos pobres. Um professor comentou sobre a pesquisa feita em várias faculdades, entre elas UFES e UFRJ, que comparou o desempenho de alunos cotistas e não-cotistas em diversos cursos. A média dos considerados sem base, pobres e incapazes era igual ou superior aos que não entraram pelo sistema de cotas. Qual será então a “base” necessária para medir o desempenho de um aluno?
Sendo a faculdade a maior chance de progredir, essas pessoas conseguem agarrar com todas as forças talvez a única e maior oportunidade de suas vidas, que vem sendo tão combatida pelos que se julgam justiceiros. É injusto, na verdade, a geração dos mais pobres pagar por um erro de 500 anos, pois não tiveram culpa de nascer em um país tão desigual. E não podem ficar esperando 40 anos pela boa vontade dos governantes brasileiros.
O vestibular continua sim sendo um sistema onde se vence por mérito. A prova é a mesma, determinado número de vagas é reservado aos que lhes tem direito – benefício que a própria sociedade precisou criar. É desumano pensar em um país onde só os mais ricos conseguem progredir. Não por mérito, mas por conseguirem excluir a concorrência que realmente precisava.

domingo, 19 de abril de 2009

Rugas Fofas

Se tem uma coisa que sensibiliza meu afeto, dos pés à cabeça, é a terceira idade. Não por achar triste ou coisa do tipo, mas não consigo ver um velhinho na rua e não sentir uma ternura diferente. É quando ficamos velhos que vão surgindo as doenças e as debilidades. Sem contar em todas as lembranças de uma juventude que não volta mais, e de um futuro bem incerto, pela lógica das coisas. Se hoje fico nostálgica pela minha infância, não gosto de pensar mais à frente.

Mesmo assim ainda vejo casais de idosos caminhando cedo no calçadão, indo à padaria, fazendo natação, aula de dança. Toda uma rotina de dar inveja a muito jovem sedentário por aí. Dizem ainda que tem gente que só aprende o que é viver na terceira idade.
Que tem velho chato e rabugento é verdade. Mas não tem coisa que me encanta mais que um velhinho simpático, bom de papo e cheio de aventuras e histórias pra contar. São merecedores de um bom ouvido, e experientes naquilo que falam.

Por serem mestres nos altos e baixos da vida, conseguem enxergar beleza nos mínimos detalhes, e vão levando do jeito que dá. Compreendendo a morte como inevitável e certa, talvez ousem mais e se importem com coisas fúteis de menos. Compreendem que todas as preocupações da juventude só serviram para pintar seus cabelos de branco, e as noites sem dormir só aumentaram o número de suas rugas. E sentem orgulho disso.

Quero poder ser uma velhinha de garra, coragem e sabedoria, e que eu possa repassar o que aprendi a todos os meus descendentes e amigos, como os velhinhos que hoje admiro fazem e fizeram. Como numa canção de Forfun, quero ser e estar feliz “pela simples noção de que é uma dádiva estar vivo, de que os caminhos são lindos, e é necessário caminhar”.

Ao meu eterno velhinho, que soube viver sem muito mais além de ser feliz

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Matemática, amor e ódio

Eu queria MUITO sair satisfeita depois de uma prova de matemática, dessas de início de ano que só servem para a sua ficha cair e você perceber que precisa de muito mais esforço.
Ok, até me esforcei, mas sabe aquele sentimento de "eu podia ter feito mais"?
Assim que virou o ano prometi não me enrolar na escola e ser uma boa menina nas matérias (exatas) que eu mais tenho dificuldade (EXATAS!). Por acaso cumpri? É aquela pessoa no msn que é mais legal que matemática, é minha irmã cantando High School Musical que é mais legal que matemática, até mesmo o Domingão do Faustão fica mais legal que matemática. E estudar que é bom, nada.
Hoje antes da prova pedi palavras de consolo por mensagem para minha mãe (sim, minha mãe e eu trocamos mensagens de celular pela manhã durante a aula). Ela, super fofa, mandou de volta um "pensei em você agora, coragem!" com direito a emotion recém aprendido e tudo. Super fofa né? Ela, que sempre gostou mais de exatas, consegue me entender como ninguém.
Sei que ela sabe meus sintomas de ansiedade constantes em coisas simples. Sofro reações do tipo perna bamba, coração acelerado, mão gelada, suor frio e essas coisas de pré adolescente prestes a ter o primeiro beijo. No meu caso, prestes a fazer a bendita prova. Sei que ela leva isso em consideração, e modestia à parte, sabe da filha que tem.
E assim a prova foi feita. Insegura do jeito que estava (além de lenta), não saiu lá grandes coisas. Mas também pudera, me acostumei a achar qualquer coisa melhor que matemática, e adio isso o quanto puder. A lentidão aumenta, a insegurança fica mais forte.
Não queria meu segundo post falando sobre o que eu mais odeio, mas a matemática a tempos vem me atormentando e não dá para ignorar. Preciso urgentemente parar de questionar as memórias de Descartes, Pitágoras, e qualquer outro grande matemático, fingir me convencer de que suas fórmulas são úteis sim e que tudo o que eu aprendo na escola vou levar para a vida como lição. Porque afinal, preciso dela para passar no vestibular e viver feliz para sempre cursando humanas, bem longe da matemática. E dizem que amor e ódio caminham juntos.

sábado, 4 de abril de 2009

O Velho e o Moço

"[...]Se o que eu sou é também
o que eu escolhi ser, aceito a condição.
Vou levando assim, que o acaso é amigo do meu coração.
Quando falo comigo, quando eu sei ouvir..."
(Rodrigo Amarante)

Na música encontro sensações, idéias e sentimentos que antes achava que só comigo acontecia. Percebo que não sou diferente de ninguém e que de uma forma ou de outra, um dia vou passar por tudo o que todo mundo passa.
É incrível como existem pessoas que conseguem se expressar de uma forma tão simples, misturando melodia à idéia, poesia ao sentimento. Enquanto houver música boa, quero ouvir. Enquanto surgirem novos pensamentos, quero descobrir. Quero absorver informações, quero tentar copiar de quem admiro e descobrir que no final, se alguma coisa sair, vai ser do meu jeito mesmo. Quero planos, quero sonhos, quero meus amigos do meu lado. Mera iniciante, quero a incerteza do que escrevo, quero até mesmo contradição. Me realizar ou me achar ridícula de escrever o que escrevi, até mesmo nos posts esquecidos de um blog. Quero a certeza do incerto. Dispenso a previsão.