Mesmo assim ainda vejo casais de idosos caminhando cedo no calçadão, indo à padaria, fazendo natação, aula de dança. Toda uma rotina de dar inveja a muito jovem sedentário por aí. Dizem ainda que tem gente que só aprende o que é viver na terceira idade.
Que tem velho chato e rabugento é verdade. Mas não tem coisa que me encanta mais que um velhinho simpático, bom de papo e cheio de aventuras e histórias pra contar. São merecedores de um bom ouvido, e experientes naquilo que falam.
Por serem mestres nos altos e baixos da vida, conseguem enxergar beleza nos mínimos detalhes, e vão levando do jeito que dá. Compreendendo a morte como inevitável e certa, talvez ousem mais e se importem com coisas fúteis de menos. Compreendem que todas as preocupações da juventude só serviram para pintar seus cabelos de branco, e as noites sem dormir só aumentaram o número de suas rugas. E sentem orgulho disso.
Quero poder ser uma velhinha de garra, coragem e sabedoria, e que eu possa repassar o que aprendi a todos os meus descendentes e amigos, como os velhinhos que hoje admiro fazem e fizeram. Como numa canção de Forfun, quero ser e estar feliz “pela simples noção de que é uma dádiva estar vivo, de que os caminhos são lindos

Nenhum comentário:
Postar um comentário