segunda-feira, 4 de maio de 2009

A Taste Of Honey

- Eles se amam!
- São felizes! - respondeu ela.
- Pois acredita que em amor possa haver felicidade?
- Às vezes
- A senhora já amou?
- Eu?... E o senhor?
- Comecei a amar há alguns dias.
Ela guardou silêncio; ele continuou:
- E a senhora, já ama também?
- Não sei... Talvez.
- A quem?
- Eu não perguntei a quem o sr. amava.
- Pois eu posso dizê-lo: à senhora.
Dona Carolina enrusbeceu e disse, baixo:
- Por quantos dias?
- Para sempre! - prometeu ele, sincero.
Mas voltou à pergunta:
- Não pode me dizer o nome do seu amado?
- Talvez, um dia.
- Quando?
- Quando estiver certa de que ele não me ilude.
- Então, ele é volúvel?
- Ostenta sê-lo.
- Por Favor! Diga esse nome!
- Não posso...
- Serei eu?
Carolina ficou em silêncio, mas apertou com força a mão de Augusto.
- Serei eu? - repetiu ele.
A jovenzinha murmurou uma palavra que parecia mais um gemido do que resposta:
- Talvez.
(Joaquim Manoel de Macedo - A Moreninha)

Nenhum comentário:

Postar um comentário