sexta-feira, 24 de abril de 2009

Cotas: um mérito necessário.

Como quase vestibulanda, além de estudar muito, tenho mais uma preocupação - o sistema de cotas nas universidades federais. No meu caso, concorrerei a 55% das vagas disponíveis, e com gente muito bem preparada. O assunto é um tanto polêmico, e gera opiniões diferentes.
As cotas foram criadas para dar mais oportunidade aos considerados excluídos da sociedade, que não tem condições de pagar faculdade particular. Pela lógica, nada mais justo para essas pessoas que um curso superior oferecido pelo governo. Mas não é bem assim.
As faculdades federais são, hoje, muito mais renomadas.Sem contar o custo altíssimo de uma faculdade paga. Portanto, todos que querem um bom curso superior tentarão ingressar numa federal. E quem vem do ensino precário das escolas públicas, encontram uma concorrência poderosa.
O argumento dos anticotistas fala sobre a injustiça de sua geração ter que pagar por um erro que existe há 500 anos. Os vestibulandos, mesmo com pontuação muito acima dos cotistas, não conseguem pontuação necessária para passar, e afirmam que um aluno da escola pública não tem base para manter o nível da faculdade. Que o problema está no governo precisando investir em educação, e só o que faz é tapar o sol com a peneira.
Era exatamente esse o meu pensamento até uns dias atrás em relação às cotas oferecidas aos pobres. Um professor comentou sobre a pesquisa feita em várias faculdades, entre elas UFES e UFRJ, que comparou o desempenho de alunos cotistas e não-cotistas em diversos cursos. A média dos considerados sem base, pobres e incapazes era igual ou superior aos que não entraram pelo sistema de cotas. Qual será então a “base” necessária para medir o desempenho de um aluno?
Sendo a faculdade a maior chance de progredir, essas pessoas conseguem agarrar com todas as forças talvez a única e maior oportunidade de suas vidas, que vem sendo tão combatida pelos que se julgam justiceiros. É injusto, na verdade, a geração dos mais pobres pagar por um erro de 500 anos, pois não tiveram culpa de nascer em um país tão desigual. E não podem ficar esperando 40 anos pela boa vontade dos governantes brasileiros.
O vestibular continua sim sendo um sistema onde se vence por mérito. A prova é a mesma, determinado número de vagas é reservado aos que lhes tem direito – benefício que a própria sociedade precisou criar. É desumano pensar em um país onde só os mais ricos conseguem progredir. Não por mérito, mas por conseguirem excluir a concorrência que realmente precisava.

4 comentários:

  1. Bom Ju, 65% da população Brasileira pensa como você, 65% são a favor de cotas... Sendo que apenas 25% são contra. (Gilvan) huahuahuahu

    Eu estou incluído nessa minoria, em que acha que o sistema de cotas é um ABSURDO! O que o governo precisa realmente fazer, não faz! Dar um ensino de qualidade para que alunos das escolas públicas possam concorrer as vagas existentes nas universidades.

    As universidades deveriam todas ter um modo Geral se posicionar contra as cotas para Negros, estrangeiros, etc. porque a constituição diz que somos todos Iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, então porque essa de que tem que haver uma porcentagem para os Negros. A Capacidade está dentro de cada ser humano, e não em função desa ou daquela cor.

    ;D

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  2. Isso, realmente não mudará de uma hora para outra. Mas é preciso fazer algo para melhorar... esse sistema só joga a 'poeira para baixo do tapete' os problemas. De que adianta colocar um que teve menor pontuação dentro de uma faculdade se não terá base alguma para continuar nela? Isso só atrabalha o rendimento da. faculdade e dos outros alunos

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  3. Concordo e discordo, se é que é possível...
    compreendo que a cota é necessária, enquanto o governo não investe em educação...
    Entendo que estudantes de colégio público precisam de cota, a disputa entre um colégio particular e um público é até desleal...
    No entanto, Não concordo com cotas raciais, minha opnião pessoal, não vejo diferença na capacidadde de aprendizado entre uma raça e outra, quer dizer que negros são menos capazes? um estudante branco de colégio público entra em uma cota e o negro em outra, acho errado, acho até que segue em direção contrária a constituição brasileira, onde qualquer tipo de discriminação racial é proibido.
    e quanto a cota para colégio público, acho apenas que algo deve ser feito para solucionar o problema lá embaixo, na quinta a oitava série. porque aí sim a disputa vai ser mais leal para ambas as partes.

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  4. Para esclarecer.

    Eu concordo quando dizem que o governo precisa sim melhorar, mas sejamos realistas. Nenhuma grande mudança acontece de uma hora pra outra. Essa geração de agora, como eu disse no texto, não pode ficar esquecida. Por isso o sistema de cotas SÓCIOECONÔMICO.
    Em relação às cotas raciais ainda não tenho certeza, mas uma resposta para agora é que pra mim quem tem raça é cachorro. Indios, negros, brancos e mulatos são todos seres humanos de mesma capacidade mental e portanto iguais em direito. Porém, existe uma questão cultural, social, histórica e vários outros mememês na questão. Como não gosto de ser precipitada, prefiro dizer que não tenho opinião formada e imutável.
    Aceito opiniões diferentes, estou aberta a debates.

    ps.: A UFES não possui sistema de cotas raciais, e mesmo saindo em desvantagem eu concordo com as vagas reservadas para as escolas públicas.

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