Há dias abro o blogger e me sinto incapaz de escrever. Estranho como a vontade é tanta que não sai sequer uma palavra, e quando sai logo escapa pro rascunho, na certeza de que mais ninguém queira ler além de quem vos escreve. Talvez eu tenha mesmo me sujeitado aos 14o caracteres, ou lido tanto outros textos & ideias que não exija mais nada de mim. Me exijo, de qualquer forma, uma consideração escrita pelo ano que em algumas horas já vai ter acabado.
Exigência, aliás, talvez não seja a palavra certa pra descrever o ano que já quase passou. Na verdade não acredito que exista a palavra certa. Olhando agora foi tudo como um grande alvoroço de vontades e mudanças, planejamentos e realizações. Frustrações com certeza, me sentiria incompleta (?) sem as amáveis frustrações que nos ensinam a escolher melhor em quem confiar. Mas a exigência por si, definitivamente, não. Querer sim, muito. Quis me dedicar, quis não me dedicar tanto assim, quis participar, agir, providenciar. Quis me dar folga antes do devido tempo, paguei alguns preços. Analisando bem foi o ano em que mais conquistei, e chega a ser irônico tendo em vista o ano em que menos me exigi. Se essa sensação me ocorre só agora, é porque as metas que estabeleci lá no início me serviram de fundação.
Meu trabalho escolar de planejamento pessoal me informou, limpando meus armários, que cumpri tudo aquilo que havia planejado, mesmo as metas que eu tinha me esquecido. Substitui o "se não foi, não era pra ser" pela reciclagem de planos a cada vez que algo não foi cumprido, sem pensar muito nos 'ses'. Espero que me sirva de agora em diante.
Fico feliz, sobretudo, por ter achado minha paz. Chegou sem pedir muito, me chamando de amor e me mostrando carinho, tão natural e inimaginável no início do ano... Me faz exigir muito menos ainda de tudo, como se tudo o que eu precisasse eu já tivesse encontrado. Não quero nem falar da minha família e amigos, que, caso ficasse sem, eu nada seria.
Agora revendo tudo, não posso deixar de ficar alegre com mais um ano novo inteirinho de coisas pra revisar lá no final. Sem definir palavras ou exigências, escolho pelo querer. O passo seguinte só vai depender de mim.
Deve ser essa a razão da minha verdadeira paixão pelo Réveillon. Gosto da idéia de uma nova chance. Gosto de acreditar que o score está zerado. Gosto de saber que a agenda tem páginas em branco apenas. Gosto de sentir que "nada do que foi será". Gosto da possibilidade de fazer de novo, de tentar mais uma vez - e, desta vez, fazer bem feito!
Ale Garattoni
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
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